Aos meus olhos, as emoções passam como bolhas coloridas, que mudam e se misturam no meio do caminho. O meu mundo é lindo, é intenso. Uma mistura de verde, vermelho , amarelo, rosa, azul,preto e muitas outras cores... Nele vejo do alto tudo aquilo que acontece no mundo real, no mundo em que eu me recuso a viver. Nele as cores se movem graciosamente, são dançarinas, são ninfas que seduzem tudo o que há em volta com uma leveza indescritível , e que me carregam e me jogam para cima como uma boneca, me enchendo de prazeres que não existem no mundo real, prazeres que até doem, orgasmos em toda a minha essência, mas não são físicos, nada é físico, tudo é apenas uma mistura de sensações na alma. Não tenho medo da solidão, não quando estou no meu mundo, pois meus sentimentos não me deixam sozinha. Eu me faço companhia, e minha companhia já me basta. Há sorrisos por toda a parte, sopra um vento fraco e constante, não é dia nem noite, o céu muda de cor de tempo em tempo, o medo sempre perde para curiosidade, a angústia simplesmente não tem vez, já a dor, é forte algumas vezes, mas só anda de mãos dadas com a sabedoria. Alegria e tristeza não existem. Ou se existem são tão misturadas que se transformam em outro sentimento, um que não tem nome. Toca musica, mas não consigo ouvi-la, sei que está tocando e a sinto. Nele o amor existe ( apenas nele) e é tão vivo que chega a ser tátil, a coisa mais palpável que há. Não existe o sexo, o toque, o outro... existe apenas a loucura envolvendo todo o amor. Um amor a tudo, a vida.
Enquanto vivo nesse mundo, eu me vejo La em baixo, presa em uma espécie de cápsula, ou qualquer coisa que não me deixa mexer, encolhida, definhando. Eu me vejo ali em uma solidão sem fim, com milhões de mascaras jogadas no chão. Vejo um mundo na escala do cinza, uma menina com preguiça de viver, mascaras conversando com mascaras e solidão... As poucas cores que me sobraram no mundo real sobem com o tempo,consigo vê-las subindo, dos dois ângulos, consigo vê-las interagindo com as demais quando já estão no meu mundo, e vê-las sorrindo. O alto fica cada vez mais colorido, embaixo a angustia (que não quer subir) toma conta de mim. Eu fico mais cinza, sem vida, sem bolhas, imóvel. Então fecho os olhos, e entendo que preciso morrer em um, para começar a viver intensamente no outro. Qual escolher?
(Autor conhecido)
realmente seus textos, apronfundao a imensidao de meus sentimentos.
ResponderExcluirEsse não é meu...
ResponderExcluirMas faz parte de mim de alguma forma.