sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ideias, estudos...

Gostei muuuito de uma aula minha essa semana...
Não conhecia o Leach, descobri que concordo muito com ele!
O ideal vs. norma, ação vs. representação (questão da diferença sutil, mas importante e tão cara do ser e parecer ser). O lugar que ele coloca os "eventos críticos", os momentos de crise que permitem uma experiência real ou uma aproximação de uma analise mais verdadeira. A importância da analise histórica para elaboração de uma teoria social. O perigo de generalizar o objeto de estudo, construindo ilusões sociológicas numa analise. Que o método antropológico deve ser comparativo (com várias dimensões institucionais ou não concretas). E muitas outras coisas que ainda não consigo colocar pra fora da minha cabeça... Preciso estudar mais esse cara!

Um exemplo disso tudo:

Se pergunto, como funcionam as estruturas sociais nas situações praticas?
Nosso amigo Leach provavelmente diria(ou disse) que elas são conjuntos de ideias contraditórias. Que os grupos sociais muitas vezes tem seus limites construídos por um erro, uma ilusão do antropólogo.
Weber fala do pluralismo religioso, a sociedade teria grandes grupos religiosos bem divididos (catolicismo, judaísmo, protestantismo...). Eles até convivem bem entre si, mas um cristão não vai numa sinagoga, um judeu respeita o shabbat. E muita gente aplica essa teoria pra todas sociedades!
Puxando um pouco pro nosso lado pra ver como isso não funciona:
Na sociedade brasileira, as fronteiras religiosas se misturam! Nossa cultura tem uma certa espiritualidade acima das instituições religiosas.
A umbanda tem santos católicos, evangélicos travam guerra contra "macumbeiros" (a meu ver porque devem temer a força dos trabalhos heheh), temos católicos "não praticantes", terreiros de camdomblé tem altares com crucifixos e fazem mesas brancas em algum dias da semana, temos ainda representantes do islamismo, rastas, budistas, ayahuasqueiros, vários outros. E todo mundo talvez acredite em encostos, espiritos e tem medo de cruzar com velas, cachaça e galinhas pretas... Pra mim faz sentido! heheh


Um assunto que me interessa, não muito difícil de perceber heheh, é RELIGIÃO. (tive uma criação religiosa, querendo ou não isso tem um espaço importante na minha vida hehe)
Isso como macrotema de da pesquisa. Dentro disso tem toda a parte de ritual, liturgia, mitologia, arte como caminho pra transcender, como se dão as experiências espirituais(por falta de um termo melhor) e por aí vai...

E ultimamente tenho pensado muito em FESTA! (tenho me apresentado pras pessoas "Ola eu gosto de festa" heheh)
Gosto daquela definição do Durkheim (grifos meus) :
"toda festa, mesmo quando puramente laica em suas origens, tem certas características de cerimonia religiosa, pois, em todos os casos ele tem por efeito aproximar os indivíduos, colocar em movimento as massas e suscitar assim um estado de efervescência, às vezes mesmo de delírio, que não é desprovido de parentesco com o estado religioso.[...] Pode-se observar, também, tanto num caso como no outro, as mesmas manifestações: gritos, cantos, música, movimentos violentos, danças, procura de excitantes que elevem o nível vital etc. Enfatiza-se frequentemente que as festas populares conduzem ao excesso, fazem perder de vista o limite que separa o lícito do ilícito. Existem igualmente cerimonias religiosas que determinam como necessidade violar as regras ordinariamente mais respeitadas. Não é, certamente, que não seja possível diferenciar as duas formas de atividade pública. O simples divertimento, [...] não tem um objeto sério, enquanto que, no seu conjunto, uma cerimonia ritual tem sempre uma finalidade grave. Mas é preciso observar que talvez não exista divertimento onde a vida séria não tenha qualquer eco. No fundo a diferença está mais na proporção desigual segundo a qual esses dois elementos estão combinados."

A potencialidade da festa quanto espaço/tempo/sugestão de mudança e descoberta individual e social.
Muitas questões dentro disso, a arte (dança, canto, música...), os alteradores de consciência, os rituais dentro da festa (preparação para, aproximação das pessoas, bebidas, comidas...) o transcender dos limites morais e lícitos.
Por exemplo nosso Carnaval. Ele é um dos maiores eventos de "levante social" (sei lá se posso chamar assim...).

Quem nunca se divertiu e se soltou um pouco(ou muuuito!) mais em uma festa!? hehehe

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